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Paratodos

Paratodos

O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro

Foi Antonio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas

Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro

Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho

Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto

Viva Erasmo, Ben, Roberto
Gil e Hermeto, palmas para
Todos os instrumentistas
Salve Edu, Bituca, Nara
Gal, Bethania, Rita, Clara
Evoé, jovens à vista

O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro


1993 © - Marola Edições Musicais Ltda.
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Chico Buarque

ENCONTRADA NO

ÁLBUM

CURIOSIDADES

Nota sobre Paratodos
Por Luiz Roberto de Oliveira

     Letra 
Luiz Roberto - Chico, eu quero que esta nossa entrevista se chame "Meu Maestro Soberano".

Chico - Eu adoro que você coloque esse nome. No Jardim Botânico tem uma árvore grandona, enorme, chamada Sumaúma ou coisa parecida, de que ele gostava muito, que ele abraçava. Puseram lá uma placa: "Maestro Soberano - Tom Jobim". E depois ele deu ao último disco dele o nome de Antonio Brasileiro, que é como eu o chamo nessa música.

LR - Essa sua letra me toca profundamente.

Chico - E era uma brincadeira com ele o tempo todo, ele tinha um pouco essa mania: "O meu pai era gaúcho, o meu avô era de Leme, em São Paulo, o meu bisavô era cearense, e eu sou até primo de Vinícius."
Aí eu comecei essa letra lembrando: "O meu pai era paulista, meu avô pernambucano..." e desembocou nele.

© Luiz Roberto de Oliveira, na Home Page de Tom Jobim

Chico Buarque

Chico

Em 58 anos de carreira, compôs centenas de canções, aqui apresentadas por título, data, compostas em parcerias, versões e adaptações, compostas para teatro, cinema e aquelas que só aparecem em discos de outros intérpretes. Suas músicas foram gravadas em cerca de 40 álbuns, organizados por data, projetos, discos solo, gravações ao vivo, coletâneas e discos de outros intérpretes dedicados a ele. A obra completa do artista é uma das maiores riquezas que a cultura brasileira produziu até hoje.

CHICO BUARQUE

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