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CANÇÕES

LETRA

Noite dos mascarados

Noite dos mascarados

Ele:     Quem é você?
Ela:     Adivinhe, se gosta de mim
Os dois:     Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:
Ele:     Quem é você, diga logo
Ela:     Que eu quero saber o seu jogo
Ele:     Que eu quero morrer no seu bloco
Ela:     Que eu quero me arder no seu fogo
Ele:     Eu sou seresteiro
Poeta e cantor
Ela:     O meu tempo inteiro
            Só zombo do amor
Ele:     Eu tenho um pandeiro
Ela:     Só quero um violão
Ele:     Eu nado em dinheiro
Ela:     Não tenho um tostão
Fui porta-estandarte
Não sei mais dançar
Ele:     Eu, modéstia à parte
Nasci pra sambar
Ela:     Eu sou tão menina
Ele:     Meu tempo passou
Ela:     Eu sou Colombina
Ele:     Eu sou Pierrot
Os dois:     Mas é carnaval
Não me diga mais quem é você
Amanhã, tudo volta ao normal
Deixe a festa acabar
Deixe o barco correr
Deixe o dia raiar
Que hoje eu sou
Da maneira que você me quer
O que você pedir
Eu lhe dou
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser

Noche de máscaras

¿Quién eres tú?
Si te gusto adivina quien soy.
Los dos enmascarados indagan
En su enamorado pregúntamelo así.
Quién eres tú dime luego?
Que quiero aprender este juego
Que quiero morir en tus brazos
Que quiero quemarme en tu fuego
Yo soy el que ronda, poeta why cantor
Mi tiempo why mi vida why buscar el amor
Yo tengo un pandero.
Me gusta cantar
Yo nado en dinero.
No tengo un real.
Tú reina del baile, yo no sé bailar
Yo modestilla aparte nací para sembrar
Yo soy tan pequeña
Mi tiempo pasó
Yo soy Colombina
Yo soy Pierrot
Pero es carnaval
No me digas más quien eres tú
Volverá todo a ser tan normal
Deja todo acabar
Deja el barco correr
Deja el sol despertar
Que hoy yo soy
De la forma que me quieras ver
Lo que quieras pedir te lo doy
Seas quien puedes ser
Lo que Dios quiera es
Seas quien puedas ser
Lo que Dios quiera es.

La nuit des Masques

Qui êtes-vous?
Si tu m'aimes,tu dois deviner
Aujourd'hui tous les deux on se cache
Derrière nos masques
Pour se demander:
Qui êtes-vous? Dites vite!
Dis-moi à quel jeu tu m'invites
je voudrais me fondre à ta suite
je voudrais qu'on prenne la fuite
Moi, je vagabonde, poéte et chanteur
J'ai perdu la ronde qui mène au bonheur
Moi, je cours les routes
Je reste chez moi
L'amour me déroute
Je n'y croyais pas...moi, dans la fanfare
Je porte un drapeau
Modestie à part, je joue bien du pipeau
Je suis si fragile
J'ai douze ans de trop
je suis Colombine
Je suis Pierrot
Mais c'ést Carnaval et qu'importe aujourd'hui qui tu es
Demain tout redeviendra normal
Demain tout va finir
laissons le temps courir
laisse au jour sa lumière
Aujourd'hui je suis ce que tu attends de moi
Si tu veux laissons faire, on verra
Peut-être que demain on se retrouvera
Peut-être que demain on se reconnaîtra...


1966 © - Marola Edições Musicais
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Chico Buarque

Para o musical Meu refrão, de Hugo Carvana e Antônio Carlos Fontoura (1966)

ENCONTRADA NO

ÁLBUM

CURIOSIDADES

Nota sobre Noite dos mascarados
Por Humberto Werneck

     Letra 
O ator Hugo Carvana e o diretor Antônio Carlos Fontoura haviam se encantado com Morte e vida severina e imaginaram um show só com música de Chico Buarque, que seriam cantadas também por Odette Lara e pelo MPB-4. Chamou-se Meu refrão e estreou em julho de 1966 na boate Arpège, do pianista Waldir Calmon, no Leme. Foi um enorme sucesso e ficou meses em cartaz. É dessa ocasião o primeiro entrevero de Chico com a censura. Uma das dezesseis músicas do show, Tamandaré, foi proibida como ofensiva ao patrono da Marinha. Nunca chegou a ser gravada. Era uma brincadeira com o Almirante Joaquim Marques Lisboa, cuja efígie adornava as desvalorizadas notas de um cruzeiro.
Para que o programa não ficasse desfalcado, Fontoura pediu a Chico que compusesse outra música, a ser cantada em dueto com Odette Lara. "Foi assim que ele fez Noite dos mascarados, em cinco dias", revela Odette. A cantora e atriz se lembra também do suspiro feminino que em uníssono subia da platéia mal Chico entoava o primeiro verso de Olê olá. "Eu e o MPB-4, na meia-luz do palco, começávamos a rir, e Chico esperava passar o suspiro para continuar", conta.

Há um aspecto menos conhecido na relação de Chico com o cinema: suas experiências como ator. Foram duas (agora três com sua participação em Ed Mort), e em ambas para viver o papel dele mesmo. Estreou em Garota de Ipanema, de Leon Hirszman, em 1967, ao lado de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Nara Leão e Ronnie Von. Para esse filme, que se fecha ao som de Noite dos mascarados, ele compôs Um chorinho. A ver-se na tela, detestou. Mas reincidiu, por insistência de Cacá Diegues, em Quando o carnaval chegar, alegoria da situação política do Brasil dos anos 70, estrelada também por Nara Leão e Maria Bethânia. Além de viver o papel principal, Chico fez as músicas, trouxe contribuições inesperadas - a música Baioque que não estava no programa - e organizou peladas nos intervalos das filmagens.

© Copyright Humberto Werneck, Gol de letras, em Chico Buarque Letra e Música, Cia da Letras, 1989
 

Chico Buarque

Chico

Em 58 anos de carreira, compôs centenas de canções, aqui apresentadas por título, data, compostas em parcerias, versões e adaptações, compostas para teatro, cinema e aquelas que só aparecem em discos de outros intérpretes. Suas músicas foram gravadas em cerca de 40 álbuns, organizados por data, projetos, discos solo, gravações ao vivo, coletâneas e discos de outros intérpretes dedicados a ele. A obra completa do artista é uma das maiores riquezas que a cultura brasileira produziu até hoje.

CHICO BUARQUE

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