OBRA

CANÇÕES

LETRA

A pousada do bom barão

A pousada do bom barão

  Todos: 
Vamos tratar uma hospedagem
Pra descansar e seguir e viagem

     Gata: 
Olha que linda aquela pensão
Se chama "Pousada do bom barão"

     Jumento: 
Para mim, esse nome, não sei não

     Galinha: 
Já tou por aqui de tanto barão

     Gata: 
Mas vamos, mas vamos, não custa tentar
É só pruma noite e depois se mandar

     Cachorro: 
Ai, ai, ali tem uma placa
Que cheira a uma bruta urucubaca

     Todos: 
Proibida a entrada
Exijo gravata e dados pessoais
Proibido aos mendigos e aos animais
Ahhhhhhhhhhhhhh !!!

     Jumento: 
Puxa, puxa, que desacato
Eu, afinal, sou jumento ou rato?

     Cachorro: 
Poxa, poxa, que desrespeito
Se duvidar, eu entro no peito

     Galinha: 
Cacilda, cacilda, que bela tramóia
Já tava pensando numa boa bóia

     Gata: 
Que bode, que bode, mas isso é o fim
Parece que todos estão contra mim

     Crianças: 
Tentem olhar ali pela janela
Quem sabe não tem ninguém dentro dela
E se for assim vocês podem entrar
Fazer uma boca e depois se arrancar

     Jumento: 
Puxa, puxa, o que é que estou vendo?
Vivendo e aprendendo, vivendo e aprendendo
Tem quatro pessoas naquele salão
E uma das quatro é o meu patrão

     Cachorro: 
Poxa, poxa, vejam vocês
É o meu patrão já com os outros três

     Gata: 
Que grilo, que grilo, não é uma boa
Aquela coroa é a minha patroa

     Galinha: 
Cacilda, cacilda, coisa de maluco
É o meu patrão que tá com o trabuco

     Crianças: 
Caramba, caramba, como é que é
Eu acho que é hora de dar no pé
Pra quem não quiser entrar de gaiato
O melhor negócio é dormir no mato

     Todos: 
Caramba, caramba, como é que é
Eu acho que é hora de dar no pé
Pra quem não quiser entrar de gaiato
O melhor negócio é dormir no mato

     Jumento: 
Porém, porém, já tou fulo da vida
Ter toda razão e nenhuma comida

     Cachorro: 
A minha barriga não se acostuma
Ter toda razão e comida nenhuma

     Galinha: 
Porém, porém, já me sinto aflita
Me sinto assada, acho que tou frita

     Gata: 
É já, é já, vamos sentar a pua
Botar os safados no meio da rua

     Todos: 
Quatro juntos braços dados
Damos o fora nesses safados
Braços dados juntos quatro
Chutar os safados pra fora do teatro
Dados juntos quatro braços
E esses safados já tão no bagaço
Quatro braços dados juntos
E esses safados vão virar presunto


1977 © Marola Edições Musicais
Todos os direitos reservados. Copyright Internacional Assegurado. Impresso no Brasil


Bardotti/Enriquez
Chico Buarque

Para o musical Saltimbancos, de Enriquez e Bardotti (1977)

ENCONTRADA NO

ÁLBUM

Chico Buarque

Chico

Em 58 anos de carreira, compôs centenas de canções, aqui apresentadas por título, data, compostas em parcerias, versões e adaptações, compostas para teatro, cinema e aquelas que só aparecem em discos de outros intérpretes. Suas músicas foram gravadas em cerca de 40 álbuns, organizados por data, projetos, discos solo, gravações ao vivo, coletâneas e discos de outros intérpretes dedicados a ele. A obra completa do artista é uma das maiores riquezas que a cultura brasileira produziu até hoje.

CHICO BUARQUE

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